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ADOLESCENTES PARA ADULTOS
Eu gosto muito de filmes e seriados com personagens adolescentes. Claro que hoje vejo filmes como “Clube dos Cinco” com outros olhos, ou me prendo muito mais ao fator diversão em produções como “Garotas Malvadas”, do que a temática e draminhas propriamente ditos – continuo achando “Juno” o máximo em vários sentidos, no entanto.
Adolescentes dão lucro. É um público gigantesco que consome mais do que deve ou o que tem. Não apenas isso, as histórias que os envolvem não passam de “mais do mesmo”, contudo, elas acabam por ser uma boa fonte de entretenimento para o público adulto. Hollywood sabe explorar esse filão como ninguém. Mas a indústria nacional parece não saber lidar com o adolescente.
Oras, qual o produto nacional mais significativo voltado para o público em questão: Malhação. E qualquer coisa estrangeira de qualidade duvidosa costuma ter boa aceitação entre os adolescentes. Até hoje eu não entendo como uma porcaria como Rebelde conseguiu tanta audiência. Daí eu alegar que uma coisa dessas só pode acontecer por falta de oferta.
Na televisão, produções que tenham adolescentes são poucos e ruins, mas eles existem. No cinema, o problema é bem maior. Certa vez entrevistei o diretor e roteirista Jorge Furtado. Entre os assuntos abordados, perguntei sobre os filmes com temáticas jovens (ele é o diretor de “Houve Uma Vez Dois Verões” e “Meu Tio Matou Um Cara”). A resposta dele foi mais ou menos ao sentido de que ele gostava de personagens jovens, mas não necessariamente de filmes adolescentes. É mais ou menos essa mentalidade que norteia a maior parte dos cineastas a julgar pelo que aparece nas telas de cinema. E sim, eu gosto de boa parte desses filmes, talvez por esse motivo.
Soube que “As Melhores Coisas do Mundo”, de Lais Bodanzky, era a exceção. Que era de fato um filme adolescente para o público adolescente e com linguagem adolescente. Fui assistir à peça rara. O que vi foi um roteiro comum com linguagem sofrível – quando era adolescente eu falava tanta gíria assim? Creio que não. Adolescente brasileiro não sabe falar português. Embora a história tenha sim passagens interessantes e coloque boas discussões, os atores jovens incomodam um bocado. Teria sido eles selecionados pelo Orkut? Parece que sim.
Minha conclusão é que eu penso um bocado como Jorge Furtado. E também uma realização: os produtores norte-americanos pensam um bocado como Jorge Furtado.
Alguns trailers:
- Juno
POSTADO POR DJENANE ARRAES
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